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Mãe Luzia

NOSSA HOMENAGEM À MÃE LUZIA

 

Falar de Luzia Pacubi é desvendar os mistérios de uma missionária de amor.

É experimentar a bondade irradiante de um espírito iluminado, desprendido, cuja caminhada é trilhada nos ensinamentos do Mestre.

Seu exemplo de renúncia de si mesma, dedicação ao próximo e submissão à vontade da espiritualidade maior fazem de Luzia Pacubi instrumento direto dos mensageiros de luz, num intercâmbio contínuo com as entidades.

Sua inesgotável fonte de vida: o amor.

Sua companheira inseparável: a fé.

A grandeza de suas obras: a humildade.

Seu lema para um crescimento espiritual: a disciplina.

Sua doação aos que a procuram: a bênção do Nosso Pai.

Conduzida sempre pelo amor, irradia firmeza em suas decisões, segurança em seus conselhos, sabedoria nos seus ensinamentos e franqueza nos seus comentários. Por isso, é sempre motivo de admiração, respeito, amor e eterna gratidão por parte de seus filhos espirituais.

Foram essas e muitas outras razões que fizeram com que o Professor Lairi Hans estivesse sempre presente ao seu lado, guiando seus passos, abençoando suas obras, iluminando seu espírito e transmitindo suas lições cristãs.

Foi o próprio Professor Lairi Hans, espírito de muita elevação, mentor espiritual dedicado às curas que conduziu Luzia Pacubi, sua filha espiritual, a fundar uma Morada Espírita, que leva seu nome.

Transcrevemos abaixo o contéudo da placa comemorativa dedicada à Mãe Luzia, como é chamada pelos trabalhadores da Morada:

"Luzia Pacubi Deus te fez Mãe Espiritual de todos nós. Pela sua dedicação no exercicío da missão mediúnica e pelo imenso amor às causas cristãs. Qualidades que te colocam como pedra angular desta Morada. Nós te agradecemos e te amamos."

Os trabalhadores da Morada - fev/1986

 

ENTREVISTA COM A MÃE LUZIA PUBLICADA EM NOVEMBRO DE 2002 NO JORNAL ALAVANCA

 

Alavanca: A Morada Espírita Prof. Lairi Hans" foi fundada quando, por quem e com que finalidade?

Luzia Pacubi(LP):A Morada Espírita Prof. Lairi Hans foi fundada em 29 de outubro de 1980 por Luzia Pacubi, Heloísa Oliveira Bueno, Orlando Gache e Maria Aparecida Nogueira Ferreira. Com a finalidade da continuação da fé espiritual que se chama amor ao próximo.

 

 

A: A Morada tem algum trabalho de evangelização de crianças?

LP: Temos escola de evangelização para jovens e crianças dos 2 aos 16 anos de idade.

 

 

A: E a escola de Médiuns da morada?

LP: A base fundamental da escola de Médiuns da Morada são as obras do codificador Allan Kardec. É impossível prepararmos médiuns para a prática espiritual sem explorarmos a riqueza das descobertas contidas nas obras de Allan Kardec. Temos vários grupos de aprendizado, para todos os níveis de conhecimento, onde os professores são preparados para transmitirem os fundamentos do Espiritismo, desde a sua codificação no século XIX. Paralelamente, são abordados os temas diversos que envolvem a mediunidade e sua aplicação prática, sempre voltada para a base do kadercismo. O estudo é sempre contínuo e, como diz o Professor Lairi Hans, "o estudo não termina nunca". Nunca nos diplomamos na parte espiritual, pois o aprendizado é eterno.

 

 

A:Quais os trabalhos espirituais desenvolvidos pela Morada?

LP:A Morada tem os dias específicos para cada trabalho realizado:

  • Os trabalhos na mesa de desenvolvimento mediúnico, que são realizados após os estudos mediúnicos;

  • Trabalhos de desobsessão;

  • Atendimento ao público através de consultas espirituais e passes.

 

Os trabalhos acontecem tanto na sede, situada na Rua José Paulino, 1934, quanto em Valinhos, onde a Morada mantém outra casa de atendimento.

 

 

A: A Morada tem ajuda financeira de órgão governamental ou só vive de doações?

LP: A ajuda nós temos do Nosso Pai, dos nossos irmãos espirituais e dos nossos irmãos da casa, que colaboram com seus trabalhaos,  bazares e promoções e eventos beneficentes.

 

 

A: Por que o nome “Lairi Hans”?

LP: Quanto ao nome Prof. Lairi Hans, foi dado por ele mesmo quando se pronunciou e que, ao meu ver, é muito bonito.

 

 

A: O que é o espiritismo?

LP:  É uma purificação do ser humano para uma nova reencarnação.

 

 

A: Dona Luzia Pacubi, a senhara tornou-se espírita antes de começar a fazer o social ou fez o social primeiro para depois se tornar espírita?

LP: Eu me tornei espírita muito pequena, 65 anos atrás. O espiritismo não era muito divulgado e eu ouvia vozes dizendo que estava sendo preparada. Mas, eu não tinha espaço, não tinha conhecimento, nunca tinha ouvido falar sobre o espiritismo. Chegando aos 18 anos, eu estava numjardim e vi três pessoas se dirigindo a mim e se pronunciaram, dizendo que era chegada a hora. E foram embora. Em seguida, fui guiada pela mentalização e nela comunicaram que o meu caminho teria que ser o do amor ao próximo, ser uma boa espírita e não decepcionar os meus irmãos espirituais que me mostraram o caminho da Luz. Desde esse dia até hoje, com 77 anos de idade, nunca me desviei do caminho que foi mostrado.

 

 

A: O “fora da caridade não há salvação”, pregado pelo espiritismo, leva as pessoas a fazerem mais social independente da religião?

LP: Realmente fora da caraidade não pode ter salvação, porque o Nosso Pai põe em nossas mãos uma semente para ser plantada. Se não plantada, as suas mãos vão vazias, sem as flores do amor ao próximo.

 

 

A: As instituições administradas pelo 3º setor, como orienta a FEAC (Federação das Entidades Assistenciais de Campinas) têm desempenhado seu papel na sociedade ou podem fazer mais?

LP: Cada entidade assistencial responde pelo seu trabalho e se forem unidas, todas poderão ampliar seus trabalhos assistenciais.

 

 

A: Mudaria alguma coisa para melhor se existisse uma federação das entidades assistenciais somente espíritas, por que?

LP: Sim. Porque seria a união de uma mesma religião, com todos lutando por uma única causa: divulgação, trabalho e fortalecimento da fé.

 

 

A: Deveria haver melhor reestruturação das políticas assistencias no Brasil, se houvesse mais atenção do governo?

LP: Sem a ajuda do governo, teremos que nos unir para nos ajudar.

 

 

A: As instituições espíritas que atendem o social no Brasil são hoje 50% de todas as outras. Elas têm força para mudar alguma coisa neste campo?

LP: Força têm, basta unirem-se.

 

 

A: O Brasil está em 4º colocado no mundo em voluntários. Com mais um pouco de esforço poderá chegar em 1º lugar em breve?

LP: O amor ao próximo é muito mais do que se chegar num primeiro lugar. Se nos fortalecermos mais num caminho espiritual, mais voluntários nos seguirão.

 

 

A:  A senhora acha que o trabalho social deve ser incentivado para as crianças, adolescentes ou a caridade deverá surgir naturalmente?

LP: Incentivar uma criança ou um adolescente é plantar a semente do Nosso Pai. E essa é a obrigação de todos os espíritas.

 

 

A: Para a senhora qual a maior carência do ser humano?

LP: Para todas as carências do ser humano, o Nosso Pai plantou o amor.

 

 

A: O que dizer para os que estão começando no social agora?

LP: Assumir a sua responsabilidade na nossa plantação, doando a sua mão direita e esquerda para seu próximo.

 

 

A: As instituições espíritas estão hoje com bom conceito na sociedade, de quem é o mérito?

LP: Quando as instituições espíritas um dia estiverem com um bom conceito na sociedade, o mérito chamar-se-á Fé.

 

 

A: Dá para falar de Espiritismo e caridade sem falar do exemplo de Chico Xavier?

LP: Esquecer do exemplo do Chico Xavier é o mesmo que esquecer como se ter o amor e a humildade.

 

 

A: O que fazer para que haja maior entrosamento das casas espíritas?

LP: Jogar fora os rótulos de grandeza, as coroas da vaidade, lembrar da humildade do Chico Xavier e nos unirmos todos para fortalecermos a parte espiritual.

 

 

A: Se a união faz a força o que é mais importante no momento, a aproximação dos espírtias ou a prática da caridade?

LP: Com a aproximação dos irmãos espirituais, a força é maior para praticarmos a caridade.

 

 

A: A senhora que viajou por vários países da Europa, como viu o espiritismo por lá?

LP: Passando por diversos países, não vi divulgação espiritual. Houve sim, a penetração de outras religiões. Da forma que foram penetradas outras religiões, por que não a nossa, se temos tanta ajuda dos nossos irmãos espirituais? Será que não é falta de união?

 

 

A: E no Brasil, o que a senhora acha?

LP: No Brasil, o Espiritismo deixa muito a desejar, em se tratando da divulgação do alicerce principal: a reencarnação. Os nossos irmãos espirituais querem nos ajudar e também precisam ser ajudados para uma elevação maior. E como se ajuda? Abrindo novos horizontes, ampliando a nossa missão.

 

 

A: O jornal ALAVANCA tem desempenhado o papel de um jornal espírita imparcial?

LP: O jornal ALACANCA é o nosso parâmetro de divulgação. Ele deve conter histórias verdadeiras das comunicações espíritas, para que os leitores se interessem mais e, através das histórias, a curiosidade se torne maior e muitos irmãos serão despertados. Assim será fortalecido o nosso parâmetro e a publicação será muito maior do que 5.000 exemplares.

 

 

A: O que fazer para divulgar melhor o espiritismo?

LP: O espiritismo para ser melhor divulgado, ampliado e renovado, não deve ficar somente numa prece, e sim, criar novas preces, porque a parte espiritual, além de um amplo jardim, tem muitos canteiros por germinar que precisam da semeadura da fé, da caridade e do amor.

 

 

A: Por que algumas pessoas se omitem de divulgar que frequentam as casas espíritas?

LP: Muitos irmãos se omitem em dizer que são espíritas e, quando dizem frequentar, mencionam sempre um centro espírita grande. É uma ostentação dos menos esclarecidos que não sabem que a base espiritual se chama humildade, a exemplo de Chico Xavier.

 

 

A: O que fazer para melhorar?

LP: Cultivar o respeito entre as casas espíritas, com uma liderança renovadora.

 

 

A: O que a Morada faz pelo social?

LP: A nossa pequena Morada, construída com muito trabalho, atualmente dá assistência mensal a aproximadamente 120 famílias, com a distribuição de cestas básicas com quantidade de alimento proporcial ao número de pessoas de cada família. Isso equivale a aproximadamente 2.500kg de alimentos por mês, conseguidos através de doações dos filhos e frequentadores da Morada, campanhas de arrecadação de mantimentos realizadas todos os finais de semana nas ruas da cidade e também através de festas, eventos e promoções beneficentes. Todo final de ano no salão de eventos da Morada, é realizada uma festa de natal para as famílias assistidas, com a presença de quase 600 pessoas, com distribuição de bolas e bonecas para as crianças, roupas novas e uma farta cesta de natal. Aquecidas pelo amor dos trabalhadores, as crianças recebem cachorro quente, bolo, doces, sorvete, refrigerante e se divertem com as brincadeiras dos palhaços e o carinho do Papai Noel. Durante o inverno são distribuídos para os velhos e crianças pijamas de flaneja, meias de lã e cobertores.

 

 

A: E o futuro da Morada?

LP: O futuro da Morada é o lar dos idosos e a creche das crianças. É a construção de um lar de amor para o encontro dos idosos esquecidos que precisam do nosso carinho e das crianças carentes que representam o sorriso, a alegria e a esperança. Ajuda dos nossos irmãos espirituais nós temos e vontade de trabalhar também.

Para o futuro as lições espirituais já estão registradas numa cápsula do tempo. Colocada numa urna no subsolo da Morada, esta cápsula poderá ser aberta somente após o ano de 2082.

 

 

A: Por favor, faça agora suas considerações finais.

LP: A semente inicial da parte espiritual foi plantada por Allan Kardec para formar o jardim do espiritismo. Mas, essa semente precisa germinar mais e se alastrar em novos canteiros. Cabe aos espíritas regar a semente com a água da renovação, abrindo esse jardim para uma evolução espiritual.

Quantas pessoas espíritas chegam a nós para pedir a bênção espiritual para um casamento, querendo se unir na própria religião!

Quantas famílias espíritas nos procuram para batizar seus filhos!

O codificador Allan Kardec iniciou as obras espíritas para a divulgação do espiritismo e apesar de não mencionar as cerimônias, ele não as condenou.

Nós precisamos, de mãos dadas, divulgar o espiritismo, porém a divulgação não é válida sem obras. Ambas precisam caminhar de mãos unidas.

Por que não nos unirmos para fortalecermos as partes que estão enfraquecidas, numa mesma cartilha, deixando de lado as coroas?

Aqui vai meu recado: Nós precisamos fortalecer e renovar nossa união espiritual.

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